A presidente do
Conselho Federal de Enfermagem (Cofen), Betânia Maria dos Santos, desembarca
em Alagoas no início da próxima semana para participar de um evento com a
categoria em Maceió́. Antes, conversou a Gazeta de Alagoas sobre o momento
atual da profissão, novo piso, pandemia e a falta de valorização da
categoria.
A vinda da
presidente do Cofen deve-se a 556ª Reunião Ordinária de Plenário (ROP) do
Conselho Federal de Enfermagem, em Maceió, entre os dias 21 a 25 de agosto.
Realizada com o apoio do Conselho Regional de Enfermagem de Alagoas (Coren-AL),
a ROP reúne conselheiros federais para a deliberação de assuntos
relacionados ao exercício profissional da categoria.
Experiente na
área, Betânia é bacharel em Enfermagem pela Universidade Federal da Paraíba
(UFPB), especialista em Cuidados Intensivos pela UFPB, mestrado em Enfermagem
pela Universidade Federal da Paraíba e doutorado em Medicina e Saúde pela
Universidade Federal da Bahia- UFBA (2013), além da licenciatura pela UFPB e
de atuar como enfermeira.
A reportagem
pergunta a presidente do Cofen como avalia a situação da Enfermagem no
Brasil. “Atualmente, a Enfermagem no Brasil enfrenta uma série de desafios,
potencializados com a chegada do vírus da covid-19, que escancarou para a
sociedade a necessidade urgente de direcionar investimentos para a
valorização da categoria”, disse.
Segundo Betânia
Santos, mesmo com a aprovação e posterior sanção do piso salarial, em um
raro movimento que pactuou consensos de parlamentares de diversas vertentes
políticas, os novos salários ainda não são reais para uma grande parcela
dos 2,8 milhões de profissionais da Enfermagem.
“Aliado aos baixos
salários praticados em todas as regiões do Brasil e que estão longe de
refletir a relevância do papel que exercemos, ainda enfrentamos problemas
relacionados às excessivas cargas horárias de trabalho, à falta de incentivo
para a formação continuada e ao inadequado dimensionamento de profissionais”,
destaca a presidente da entidade.
PISO NÃO É
REALIDADE –
“Sancionado há um ano, o piso da enfermagem ainda não é uma realidade na
vida da maioria dos enfermeiros, técnicos, auxiliares e obstetrizes que formam
a nossa profissão. No momento, seguimos aguardando os repasses dos montantes
que serão enviados pelo Ministério da Saúde para o pagamento do piso nos
estados e municípios, além do início do pagamento pela rede privada”,
lamenta Betânia.
De acordo com
Betânia Santos, em muitos locais do Brasil, ainda são pagos salários
miseráveis à categoria. “Para se ter uma ideia, a pesquisa ‘Perfil da
Enfermagem’, realizada em 2015 pelo Cofen em parceria com a Fundação Oswaldo
Cruz, revelou uma realidade estarrecedora.
Segundo o estudo,
1,8% da categoria recebia até menos de um salário mínimo por mês”, lamenta
Betânia. A presidente do Cofen acrescenta que, neste mesmo período, no setor
público, 14,4% ganhavam até R$ 1.000,00 por mês e 45% ganhavam, no máximo,
R$ 2.000. No setor privado, 23,1% recebiam apenas R$ 1.000 e 31,9% não
passavam de R$ 2.000 mensais. E que de 2015 para cá, os salários não tiveram
aumento real e os profissionais de Enfermagem perderam ainda mais diante da
crise econômica e da pressão inflacionária.
Fonte_COFEN
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