A segurança do paciente é uma preocupação permanente das equipes de Enfermagem nas instituições de saúde, especialmente durante o parto, período que envolve diversos riscos e vulnerabilidades para a mãe e o bebê. Diante desse quadro, uma cultura de segurança sólida e funcional é essencial para minimizar eventos adversos e garantir a qualidade da assistência obstétrica.
Mas
como é na realidade? Para responder a essa pergunta, foi realizado um
estudo em duas maternidades de Portugal, com o objetivo de avaliar a cultura de
segurança na prática clínica dos enfermeiros obstetras. A pesquisa,
intitulada Cultura de segurança na prática clínica dos enfermeiros
obstetras, identificou pontos fortes e frágeis que podem auxiliar na construção
de um ambiente mais seguro para gestantes e profissionais.
Indicadores
A
dimensão “trabalho em equipe dentro das unidades” se destacou como o ponto mais
forte, com mais de 75% de respostas positivas. Isso indica que a colaboração
entre os profissionais é uma prática bem estabelecida nas maternidades
pesquisadas.
No
entanto, outras dimensões apresentaram resultados preocupantes:
– Resposta
ao erro não punitiva: a cultura punitiva ainda predomina, dificultando a
comunicação aberta sobre erros e a aprendizagem organizacional.
– Frequência
da notificação de eventos: a subnotificação de eventos adversos é um
problema que impede a identificação de falhas e a implementação de medidas
corretivas.
– Trabalho
em equipe entre unidades: a comunicação entre diferentes unidades da
maternidade precisa ser aprimorada para garantir um atendimento mais eficaz e
seguro.
– Apoio
à segurança do paciente pela gestão: o estudo indica que a gestão
hospitalar precisa se comprometer mais com a segurança do paciente, investindo
em recursos humanos e materiais.
– Quantidade
de profissionais: a falta de profissionais de saúde, especialmente
enfermeiros obstetras, sobrecarrega as equipes e impacta negativamente a
qualidade da assistência.
Futuro
O
estudo reforça a importância da avaliação periódica da cultura de segurança nas
maternidades. A partir dessa avaliação, é possível implementar medidas para
fortalecer os pontos positivos e superar os desafios identificados.
Algumas
medidas que podem ser tomadas para melhorar a cultura de segurança nas
maternidades:
–
Criar um ambiente de trabalho mais aberto e colaborativo, onde os profissionais
se sintam à vontade para comunicar erros e aprender com eles.
– Incentivar a notificação de eventos adversos, sem medo de punições.
–
Promover a comunicação eficaz entre diferentes unidades da maternidade.
–
Investir na formação continuada dos profissionais de saúde em segurança do
paciente.
–
Aumentar o número de profissionais de saúde, especialmente de enfermeiros
obstetras, para garantir um atendimento mais adequado às necessidades das
gestantes.
A
construção de uma cultura de segurança sólida é um processo contínuo que exige
o engajamento de todos os profissionais da maternidade, desde a gestão
hospitalar até a equipe de assistência direta. Ao implementar medidas para
fortalecer a segurança do paciente, é possível garantir um ambiente mais seguro
para gestantes, bebês e profissionais de saúde.
Para
saber mais sobre o estudo, leia o artigo completo.
Fonte_ COFEN
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