O Ministério da Saúde, em parceria com o Conselho Nacional de Saúde (CNS), promoveu, nesta terça-feira (12), um evento para a apresentação dos resultados obtidos pelo grupo de trabalho voltado para rede de cuidado das vítimas de covid-19 e seus familiares. A apresentação foi realizada para mostrar à sociedade os resultados do trabalho conjunto em resposta à demanda pública na atenção à saúde das vítimas da doença.
Ao longo do encontro, o público pôde conhecer o
desenvolvimento do protocolo instituído pela pasta que, em uma iniciativa
pioneira no cenário internacional, publicou a Nota
Técnica N.º 57/2023 com informações sobre as condições
pós-covid, cujo objetivo é auxiliar os profissionais na identificação clínica
dos casos e aprimorar o tratamento dado aos pacientes.
A assessora de Participação Social e Diversidade do
ministério, Lúcia Souto, contou que o atendimento à demanda de cuidados com as
pessoas que sofrem com as sequelas do coronavírus é a finalização de umas das
dimensões da covid-19: “É, portanto, um importante trabalho realizado pela
equipe diversa do Ministério da Saúde”.
Já a Ouvidora-Geral da OuvSUS, Conceição Rezende,
relatou como foi a construção da publicação, ressaltando que, desde o início,
ela foi bem recebida por dialogar com a realidade percebida pelos profissionais
de saúde nas internações e nos atendimentos ambulatoriais “É um trabalho
importantíssimo não só para as equipes que atuam em qualquer ponto da rede de
atenção à saúde do SUS, mas também para os pesquisadores e para toda a
sociedade”, observou. Por se tratar de um tema tão novo, a Saúde tem financiado
pesquisas em parceria com instituições e universidades, a fim de entender
melhor o cenário no Brasil.
O secretário-executivo da pasta, Swedenberger
Barbosa, ressaltou o esforço necessário para que a atual gestão possa corrigir
os erros do último governo em relação às vítimas da pandemia, pontuando que não
é aceitável que ações antiéticas sejam tratadas com normalidade. “O Ministério
da Saúde não abrirá mão do papel de autoridade sanitária no Brasil, responsável
por conduzir as relações interfederativas da maneira mais correta, democrática
e republicana possível”, enfatizou.
Grupo de Trabalho
Em março de 2023, a Saúde formou um grupo com a
participação de todas as secretarias do ministério, que formulou a nota técnica
em colaboração com pesquisadores da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas),
das faculdades de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade
Federal de Minas Gerais (UFMG) e da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
Atualmente, a equipe trabalha no desenvolvimento de um Guia de Manejo Clínico
das condições pós-covid.
Na mesa de discussão, também estiveram presentes o
presidente do Conselho Nacional de Saúde, Fernando Pigatto, e a representante
da Rede Nacional das Entidades de Familiares e Vítimas da Covid, Rosangela
Dornelles. A solenidade contou com a presença de movimentos sociais e
associações em defesa das vítimas da doença e seus familiares.
O que são as condições pós-covid?
Pessoas que tiveram Covid-19, mesmo nas formas leve
ou assintomática, podem apresentar um conjunto de sinais e sintomas que se
prolongam e não têm causa aparente: são as chamadas ‘condições pós-covid’. Os
sintomas neurológicos mais comuns são:
- Dificuldade de concentração e memória, conhecida
como névoa cerebral;
- Perda prolongada de olfato e paladar;
- Alterações cognitivas.
As condições também podem afetar outros sistemas
como: cardiovascular, respiratório, gastrointestinal, mental,
musculoesquelético e geniturinário. Por ora, não existem testes específicos
para o pós-covid. O diagnóstico se baseia em um histórico de exame positivo
para a Covid-19 ou exposição ao vírus, associados a uma avaliação clínica
abrangente e minuciosa.
Alguns dos estudos avaliados pela Secretaria de
Ciência, Tecnologia, Inovação e Complexo da Saúde (Sectics) indicam que 40% da
amostra de pessoas investigadas apresentou alguma condição pós-covid, com maior
concentração no sexo feminino. Obesidade foi considerado o principal fator de
risco e os sintomas mais verificados foram dispneia, fadiga e tosse. Tudo isso
é levado em conta tanto no desenvolvimento de políticas públicas para tratar o
problema, quanto na orientação aos profissionais para o correto diagnóstico.
Para se proteger dessa condição, o documento do
Ministério da Saúde orienta que sejam seguidos os mesmos cuidados para evitar a
infecção por Covid-19. Além da vacinação contra o vírus, que está disponível no
Sistema Único de Saúde (SUS) para os que possuem mais de 6 meses de vida,
recomenda-se realizar a higiene adequada das mãos, etiqueta respiratória,
ventilação adequada de ambientes, evitar contato com casos positivos e uso de
máscara em situações específicas para evitar contrair a infecção.
Fonte_Ministério de Saúde
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