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domingo, 12 de abril de 2020

Profissionais da saúde reclamam da falta de equipamentos de proteção individual

Profissionais da saúde de vários lugares do país reclamam da falta de equipamentos de proteção individual, essenciais para o combate à pandemia do novo coronavírus.
As luzes das ambulâncias e o silêncio são uma homenagem dos colegas do hospital do Campo Limpo, em São Paulo. “Esse vídeo vai em homenagem à nossa querida colega Luzanira, que nos deixou hoje”.

Enquanto algumas cidades ainda não têm registro de casos, em outras já há baixas na batalha contra a Covid-19. Uma batalha intensa em hospitais como o municipal do Tatuapé, na Zona Leste de São Paulo. Os leitos da UTI estão ocupados e a sala de observação do pronto-socorro virou uma unidade semi-intensiva improvisada com 14 pacientes.Um dos profissionais de saúde gravou as imagens e um outro, que não quer ser identificado, fala da falta de equipamentos de proteção no hospital: “Até está sendo disponibilizado o avental impermeável, porém além dele você tem que usar o descartável por cima porque você não pode sair de um paciente e atender o outro com o mesmo. Porém, não está tendo esse descartável. A máscara cirúrgica também não está tendo.”
O perigo para quem está na linha de frente é enorme porque ao trabalhar diretamente com os doentes os profissionais de saúde recebem uma carga de vírus e podem, por isso, desenvolver as formas graves da doença. As queixas se multiplicam no país. O Conselho Federal de Enfermagem já recebeu quase 3,6 mil denúncias de falta, escassez ou má qualidade dos equipamentos de proteção individual como máscaras, luvas e aventais.
“Por exemplo, no estado do Amapá, nós recebemos denúncias de pacientes com diagnóstico positivo de Covid-19 e os profissionais atendendo sem equipamento de proteção individual adequado”, diz o presidente do Conselho Federal de Enfermagem, Manoel Neri.
Os pedidos de ajuda chegam também por e-mail. Um deles, de São José do Xingu, em Mato Grosso, relata a falta de máscaras cirúrgicas, avental, protetor facial, óculos, luvas, propé e álcool gel.
Ou por mensagem de áudio: ‘Avental é aquele avental que a gente usa para dar banho, um avental de TNT bem fraquinho, não temos avental impermeável.”
Também tem relatos nas redes sociais, como o de um enfermeiro, no Rio. Ele disse que nas primeiras 12 horas de trabalho, cuidou de conseguir material para abastecer o setor. Não havia capote nem máscara para começar o plantão.
A Associação Médica Brasileira já acumula quase três mil denúncias em 611 municípios.
Na Santa Casa de São Paulo, os profissionais se queixam da capa de chuva fornecida como avental. “Não cobre o que tem que cobrir, que é a parte do braço, e no comprimento também ele é curto.”
O Jornal Nacional conversou com uma enfermeira do Hospital São Paulo, que é federal. Ela está afastada do trabalho por suspeita de Covid-19. A enfermeira conta que por causa da escassez de aventais, ela e os colegas evitam tomar água e urinar.
“Vou ao banheiro antes de entrar para trabalhar, não tomo água e passo o período de seis horas sem beber água e sem ir ao banheiro”, afirma.
Ela diz que o risco é grande também por falta de treinamento para lidar com pacientes e também para usar e retirar os equipamentos: “O que eu vejo é muita gente não fazendo de forma adequada, talvez por falta de treinamento.”
O secretário municipal da Saúde de São Paulo, Edson Aparecido, diz que o consumo explodiu: “Os nossos profissionais de saúde consumiam, até 30 dias atrás, 250 mil máscaras cirúrgicas por mês. Nós estamos consumindo 500 mil máscaras cirúrgicas por semana.”


Assista a íntegra da reportagem exibida em 11 de abril
Fonte_COFEN

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