O
trabalhador do Serviço de Assistência Especializada de Porto Velho, em
Rondônia, e membro do Conselho Regional de Enfermagem do estado, Raimundo
Socorro Lopes Lamarão, faleceu na noite desta segunda-feira (10) vítima da
Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus.
Raimundo
e mais 9 profissionais da enfermagem, que perderam suas vidas de ontem para
hoje, vão elevar o número total de óbitos entre estes trabalhadores de 341 para
350, segundo o Observatório da Enfermagem, site criado pelo Conselho
Federal da categoria (Cofen) para concentrar os números de infectados, mortos e
internados.
Os
óbitos entre estes profissionais quase triplicaram em três meses. Em maio eram
130 e o Brasil já era recordista mundial. A triste e desonrosa –
para o país – medalha de ouro ainda é nossa, segundo o Cofen. Os Estados Unidos
e a Itália, países que foram epicentros da pandemia do novo coronavírus,
juntos, registraram 204 óbitos de enfermeiros, segundo dados de julho do National
Nurses United e Federação Nacional dos Enfermeiros da Itália (FNOPI).
A
negligência do governo de Jair Bolsonaro (ex-PSL) gera comportamentos de risco
na sociedade, que tem a sensação de que a doença não é tão grave e intensifica
o afrouxamento do isolamento social. Isso aumenta o risco do número de óbitos e
casos da doença entre a população e com isso os profissionais de saúde ficam
mais expostos, se contaminam e morrem mais.
A
afirmação do diretor financeiro do Cofen e enfermeiro em Brasília, Gilney
Guerra, sobre o desgoverno de Bolsonaro, vem acompanhada de uma forte opinião
de que se o país tivesse mais investimento no Sistema Único de Saúde (SUS)
estes números seriam bem menores.
“Só
agora muitas pessoas entenderam o valor do SUS, que mesmo sucateado tem sido
determinante para salvar vidas. Se as unidades de saúde tivessem mais
equipadas, os profissionais de enfermagem tivessem mais treinamentos e os
Equipamentos de Proteção Individual (EPI) fossem de melhor qualidade estes
números seriam menores, não só para os trabalhadores da saúde mas para toda
sociedade”, afirma.
Em
julho, segundo relatório do Tribunal de Contas da União (TCU), o Ministério da
Saúde, que está sem ministro há quase três meses, investiu apenas 26% dos
recursos que recebeu para o combate a pandemia. E é um dinheiro que
poderia ter ajudado a salvar muitas vidas, aponta o enfermeiro.
Os
profissionais de enfermagem, segundo Gilney, arriscam suas vidas para salvar
outras vidas, muitas vezes, improvisando por falta de estrutura e trabalhando
com equipamentos defasados. Além disso, falta tecnologia para monitorar e ter
dados precoces do estado de saúde dos pacientes.
Para
ler a matéria na íntegra, acesse o site.
Fonte_COFEN
Nenhum comentário:
Postar um comentário