Cerca
de 13,3 milhões de pessoas (6,3% da população) realizaram algum teste para
diagnóstico da Covid-19 até julho. Desse total, 2,7 milhões (20,4%) testaram
positivo para a doença causada pelo novo coronavírus. Esses dados são da PNAD
COVID19 mensal, divulgada hoje (20) pelo IBGE, que nesta edição traz seis novos
temas relativos à pandemia, além das questões sobre o mercado de trabalho e
sintomas de síndrome gripal.
Entre
os testes para diagnóstico da doença, as pessoas poderiam ter realizado o exame
com material coletado na boca ou nariz com o cotonete (swab); o teste rápido
com sangue coletado por um furo no dedo; ou o exame com sangue retirado da veia
do braço.
“Os
testes foram realizados por homens e mulheres na mesma proporção (6,2% e 6,4%,
respectivamente), mas, principalmente, por pessoas de 30 a 59 anos de idade
(9,1%). Quanto maior o nível de escolaridade e a renda, maior foi o percentual
de pessoas que fez algum teste”, acrescentou a coordenadora da pesquisa, Maria
Lúcia Vieira.
O
Distrito Federal (16,7%) foi a unidade da federação com o maior percentual de
testes realizados desde o início da pandemia, seguido por Amapá (11,0%) e Piauí
(10,5%). Por outro lado, Pernambuco registrou o menor percentual (4,1%) de
exames realizados, assim como Minas Gerais, Paraná e Rio Grande do Sul, os três
estados com 4,5%.
22,4%
da população tinham alguma comorbidade em julho
A
pesquisa também constatou que 47,2 milhões de pessoas tinham alguma comorbidade
que pode agravar o quadro clínico de um paciente com a Covid-19. Hipertensão
foi a mais frequente (12,8%). As outras foram asma ou bronquite ou enfisema
(5,7%); diabetes (5,3%); depressão (3,0%); doenças do coração (2,7%) e câncer
(1,1%). “O percentual de pessoas com alguma dessas doenças crônicas que testou
positivo foi de 1,6%”, acrescentou Maria Lúcia.
49,2
milhões de pessoas seguiram o isolamento social rigorosamente
Em
julho, 4,1 milhões de pessoas não tomaram nenhuma medida restritiva de
isolamento para evitar o contágio pelo coronavírus. Já 64,4 milhões reduziram o
contato físico, mas continuaram saindo de casa, enquanto 92,0 milhões ficaram
em casa e só saíram em caso de necessidades básicas. Cerca de 49,2 milhões, ou
23,3% da população, ficaram rigorosamente isolados.
“Essas
medidas mais restritivas de isolamento foram seguidas, sobretudo, pelas
mulheres, crianças até os 13 anos e idosos. Cerca de 84,5% dos idosos ficou
rigorosamente em casa ou só saiu em caso de necessidade”, disse a coordenadora
da pesquisa.
19,1%
dos estudantes não realizaram nenhuma atividade escolar
A
PNAD COVID19 também verificou que 8,7 milhões de estudantes que frequentavam
escola ou universidade, na faixa etária dos 6 aos 29 anos, não tiveram nenhuma
atividade escolar em julho, isso corresponde a 19,1% do total. Já 72,0% dos estudantes,
ou 32,6 milhões, tiveram atividades escolares. O restante (8,9%) estava de
férias no período.
Entre
os 45,3 milhões de estudantes, 60,5% frequentavam o ensino fundamental, 21,1% o
ensino médio e 18,4% do ensino superior.
“A
pesquisa mostra grandes diferenças entre as regiões do país. No Norte, quase
40% dos estudantes do ensino fundamental e quase metade das do ensino médio
ficaram sem atividades escolares em julho. Por outro lado, no Sul, 91,7% dos
que estavam no fundamental e quase 90% das do ensino médio realizaram
atividades escolares. Quanto menor a renda da família, maior o percentual de
estudantes que não tiveram atividades escolares durante a pandemia”, observa
Maria Lúcia Vieira.
Quase
todos os domicílios possuem máscara e itens de higiene
A
pesquisa também mostra que, em julho, quase todos os 68,5 milhões de domicílios
tinham itens básicos de higiene e proteção contra a Covid-19, como sabão ou
detergente para higienizar as mãos (99,6%), máscara (99,3%) e água sanitária ou
desinfetante (98,1%) para limpeza da casa.
O
álcool 70%, indicado para uso contra o vírus, estava presente em 95,8% dos
domicílios. Já as luvas descartáveis em somente 43,2% dos lares. Esses dois
itens eram menos comuns nas casas de menor renda e nas regiões Norte e Nordeste.
3,3
milhões obtiveram empréstimos para enfrentar a pandemia
Em
cerca de 4 milhões dos domicílios (5,9%) algum morador solicitou empréstimo
para enfrentar a pandemia, mas em 762 mil, o empréstimo não foi
concedido. Em 3,3 milhões de domicílios a solicitação foi atendida, ou
seja, foram atendidos cerca de 82% dos domicílios em que algum morador
solicitou empréstimo.
“Entre
os que solicitaram e não conseguiram empréstimo, 59,2% pertencem as duas
classes de rendimento mais baixas, que recebem menos de um salário mínimo”,
observa Maria Lúcia.
A
maior fonte de empréstimos foram os bancos e outras instituições financeiras
(75,7%). Em 23,6% domicílios algum morador conseguiu
empréstimo com amigos ou parentes.
Taxa
de desocupação sobe e soma 12,3 milhões desempregados
Já
em relação ao mercado de trabalho, a PNAD COVID19 revela que, em julho, a taxa
de desocupação subiu de 12,4% para 13,1%, atingindo 12,3 milhões de pessoas.
Mais 438mil pessoas ficaram sem emprego, na comparação com junho. Com isso, a
população ocupada reduziu para 81,5 milhões de trabalhadores.
Entre
os ocupados, cerca de 3,2 milhões estavam sem a remuneração do trabalho, o que
representa 32,4% do total de pessoas afastadas do trabalho. No mês anterior,
quase metade dos afastados (48,4%) ficou sem remuneração.
Ainda
entre 9,7 milhões que estavam afastados do trabalho, 6,8 milhões estavam nessa
situação devido ao distanciamento social, queda 42,6% em relação ao total de
pessoas afastadas em junho. “Isso corresponde a menos da metade das pessoas que
estavam afastadas em maio, quando a pesquisa começou. Elas retornaram ao
trabalho ou podem ter sido demitidas”, explicou Maria Lúcia.
No
grupo dos não afastados do trabalho, 8,4 milhões estavam trabalhando de forma
remota, ou 11,7% da população ocupada que não estava afastada.
Auxílio
emergencial beneficia mais 813 mil lares em julho
Em
julho, 30,2 milhões de domicílios brasileiros, ou 44,1% do total, receberam
algum auxílio emergencial relacionado à pandemia. Isso corresponde a mais 813
mil lares beneficiados, na comparação com o mês anterior (43,0%).
O
percentual de domicílios recebendo o auxílio aumentou em todas as grandes
regiões, sendo os maiores no Norte (60,6%) e Nordeste (59,6%). No Sul, 30,9%
dos lares receberam o benefício. O valor médio do auxílio subiu de R$ 885 para
R$ 896.
Número
de pessoas com sintomas conjugados cai em julho
A
pesquisa revela ainda que caiu para 2,1 milhões o número de pessoas que se
queixaram de sintomas conjugados relacionados à síndrome gripal e que podiam
estar associados à Covid-19: perda de cheiro ou sabor (1,8 milhão de pessoas);
febre, tosse e dificuldade de respirar (666 mil); e febre, tosse e dor no peito
(540 mil). Em junho, eram 2,4 milhões com sintomas conjugados.
Em
julho, 1,3 milhão de pessoas, entre aquelas que apresentaram algum dos sintomas
conjugados, procuraram atendimento em estabelecimento de saúde, 200 mil a mais
que o mês anterior. A maioria dessas pessoas (75,7%) procurou atendimento em
estabelecimentos do Sistema Único de Saúde (SUS). Ao todo, 71 mil ficaram
internadas em hospitais.
Fonte_COFEN
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