Cerca de 20% dos cânceres humanos são causados por vírus – e destes, 50% são
provocados pelo papilomavírus humano (HPV). Esse vírus está envolvido em quase
100% dos casos de câncer de colo de útero, também chamado de câncer cervical,
mas também pode levar a outros tipos de câncer, como anal, de vulva, de vagina,
de pênis e de orofaringe. A vacina contra o HPV é a única forma de prevenir
essas doenças e já se mostrou altamente segura e efetiva nos últimos 16 anos. O
tema foi abordado na quarta (9) durante o workshop Emerging Infectious
Diseases: Biology, Prevention and Treatment, sediado no Instituto Butantan e
promovido pelo International Centre for Genetic Engineering and
Biotechnology (ICGEB).
O
câncer de colo de útero mata mais de 300 mil mulheres por ano no mundo, sendo
80% em países de baixa e média renda, segundo a pesquisadora do Centro de
Investigação Translacional em Oncologia da Faculdade de Medicina da
Universidade de São Paulo (FMUSP), Luisa Villa, que apresentou o assunto. Os
números são alarmantes, especialmente considerando que existe uma forma eficaz
de prevenção.
A
vacina contra o HPV foi desenvolvida em 2006, na Austrália, e integra os
programas de imunização de mais de 50 países. No Brasil, a vacina é produzida
no Butantan em parceria com a MSD e está disponível gratuitamente no Sistema
Único de Saúde (SUS) desde 2014 para meninas e meninos de 9 a 14 anos – idade
em que a imunização é mais eficaz.
Mesmo
assim, o índice de vacinação contra o HPV de meninas brasileiras atinge apenas
57% e, nos meninos, a adesão não chega a 40%, sendo que o ideal para prevenir a
doença é uma cobertura de 90%. O principal motivo da baixa imunização é a
desinformação, com questionamentos infundados sobre a eficácia e segurança da
vacina, associações equivocadas entre HPV e religião e a falta de campanhas de
vacinação.
“A
vacina contra HPV está no mercado há mais de 15 anos e já se provou segura,
imunogênica e capaz de reduzir a incidência da doença, podendo ser administrada
com segurança inclusive em indivíduos imunossuprimidos”, ressaltou Luisa.
Comprovação
Científica
Um
estudo recente de vida real conduzido na Suécia e publicado no The
New England Journal of Medicine acompanhou durante dez anos mais
de 1 milhão de mulheres vacinadas e não vacinadas contra o HPV, com idades
entre 10 e 30 anos. Os resultados mostraram que, entre as meninas e mulheres
que não tinham tomado o imunizante, foram registrados 538 casos de câncer de
colo de útero, enquanto apenas 19 casos ocorreram naquelas que foram
imunizadas.
“Isso
é um estudo de mundo real que comprova que a vacina contra o HPV é efetiva para
prevenir o câncer. É algo que está acontecendo não só na Suécia, mas em
diversos outros países”, reforçou a pesquisadora durante o evento.
Cerca
de 20% dos cânceres humanos são causados por vírus – e destes, 50% são
provocados pelo papilomavírus humano (HPV). Esse vírus está envolvido em quase
100% dos casos de câncer de colo de útero, também chamado de câncer cervical,
mas também pode levar a outros tipos de câncer, como anal, de vulva, de vagina,
de pênis e de orofaringe. A vacina contra o HPV é a única forma de prevenir
essas doenças e já se mostrou altamente segura e efetiva nos últimos 16 anos. O
tema foi abordado na quarta (9) durante o workshop Emerging Infectious
Diseases: Biology, Prevention and Treatment, sediado no Instituto Butantan e
promovido pelo International Centre for Genetic Engineering and
Biotechnology (ICGEB).
O
câncer de colo de útero mata mais de 300 mil mulheres por ano no mundo, sendo
80% em países de baixa e média renda, segundo a pesquisadora do Centro de
Investigação Translacional em Oncologia da Faculdade de Medicina da
Universidade de São Paulo (FMUSP), Luisa Villa, que apresentou o assunto. Os
números são alarmantes, especialmente considerando que existe uma forma eficaz
de prevenção.
A
vacina contra o HPV foi desenvolvida em 2006, na Austrália, e integra os
programas de imunização de mais de 50 países. No Brasil, a vacina é produzida
no Butantan em parceria com a MSD e está disponível gratuitamente no Sistema
Único de Saúde (SUS) desde 2014 para meninas e meninos de 9 a 14 anos – idade
em que a imunização é mais eficaz.
Mesmo
assim, o índice de vacinação contra o HPV de meninas brasileiras atinge apenas
57% e, nos meninos, a adesão não chega a 40%, sendo que o ideal para prevenir a
doença é uma cobertura de 90%. O principal motivo da baixa imunização é a
desinformação, com questionamentos infundados sobre a eficácia e segurança da
vacina, associações equivocadas entre HPV e religião e a falta de campanhas de
vacinação.
“A
vacina contra HPV está no mercado há mais de 15 anos e já se provou segura,
imunogênica e capaz de reduzir a incidência da doença, podendo ser administrada
com segurança inclusive em indivíduos imunossuprimidos”, ressaltou Luisa.
Comprovação
Científica
Um
estudo recente de vida real conduzido na Suécia e publicado no The
New England Journal of Medicine acompanhou durante dez anos mais
de 1 milhão de mulheres vacinadas e não vacinadas contra o HPV, com idades
entre 10 e 30 anos. Os resultados mostraram que, entre as meninas e mulheres
que não tinham tomado o imunizante, foram registrados 538 casos de câncer de
colo de útero, enquanto apenas 19 casos ocorreram naquelas que foram
imunizadas.
“Isso
é um estudo de mundo real que comprova que a vacina contra o HPV é efetiva para
prevenir o câncer. É algo que está acontecendo não só na Suécia, mas em
diversos outros países”, reforçou a pesquisadora durante o evento.
HPV
não é transmitido apenas pelo contato sexual
Um dos
grandes estigmas que cercam o HPV é a questão sexual. A pesquisadora Luisa
Villa explica que a via sexual é a principal forma de transmissão do vírus, mas
não é a única: ele é transmitido por meio do contato direto com qualquer região
da pele ou mucosa infectada. Além disso, no caso do contato sexual, não é
preciso haver penetração: a transmissão também se dá pelo contato oral-genital,
genital-genital ou mesmo manual-genital.
“Se
você tiver um único parceiro, você também pode ser infectado – isso não é
exclusividade de quem tem múltiplos parceiros. A transmissão pode ocorrer desde
o início da atividade sexual e também de formas indiretas”, afirmou a
cientista.
A principal característica do câncer causado por HPV é que ele demora muitos anos para se desenvolver e depende de uma infecção viral persistente. Estima-se que mais de 600 milhões de pessoas no mundo estejam infectadas pelo vírus, mas uma pequena porcentagem desenvolve câncer. Isso porque existem mais de 150 tipos de HPV, sendo a maioria inofensiva, e 13 são considerados de alto risco.
O fim
do câncer de colo de útero
A
Organização Mundial da Saúde (OMS) tem a meta de eliminar o câncer de colo de
útero. Para isso, até 2030, o objetivo é que todos os países tenham 90% das
meninas até 15 anos totalmente vacinadas contra o HPV; 70% das mulheres
rastreadas com um teste de alta performance ao 35 anos e, novamente, aos 45
anos; e que 90% das mulheres diagnosticadas estejam em tratamento.
“O
câncer de colo de útero será, provavelmente, o primeiro câncer a ser eliminado
do mundo. Mas para alcançar esses objetivos, é preciso vacinar a maior parte da
população alvo e continuar testando e tratando as pessoas que já desenvolveram
a doença. É preciso educar a população sobre os riscos e sobre a importância da
imunização.”
Fonte_BUTANTAN
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