A nova edição do Boletim InfoGripe da Fiocruz aponta que os casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) por influenza A têm atingido níveis de incidência de moderada a muito alta em jovens, adultos e idosos. A atualização destaca a alta de mortalidade de idosos e crianças de até dois anos de idade, respectivamente, devido à doença. Por outro lado, a incidência tem sido maior em crianças pequenas, seguida pela população idosa. Divulgada nesta quinta-feira (29/5), a análise é referente à Semana Epidemiológica (SE) 21, período de 18 de abril a 25 de maio.
O Boletim também
indica que as hospitalizações por Vírus Sincicial Respiratório (VSR), que
atingem sobretudo as crianças pequenas, têm apresentado sinal de interrupção no
crescimento ou até mesmo início de queda em localidades como São Paulo, Rio
Grande do Norte e Distrito Federal. Já a influenza A mostra indícios de
descontinuidade no aumento no Mato Grosso do Sul e no Pará, embora os casos da
doença ainda permaneçam em níveis altos de incidência nesses estados.
Nas
quatro últimas semanas epidemiológicas, a prevalência entre os casos positivos
foi de 36,5% para influenza A; 0,9% para influenza B; 50,7% para VSR; 14,7%
para rinovírus; e 2,1% para Sars-CoV-2 (Covid-19). Entre os óbitos, a presença
destes mesmos vírus entre os casos positivos e no mesmo recorte temporal foi de
72,5% para influenza A; 1,4% para influenza B; 12,6% para VSR; 9,7% para
rinovírus; e 5,9% para Sars-CoV-2.
Os
dados laboratoriais por faixa etária indicam que o aumento das ocorrências de
SRAG nas crianças de até quatro anos tem sido impulsionado principalmente pelo
VSR. No entanto, também o rinovírus e a influenza A têm contribuído para o
aumento dos casos de SRAG nessa faixa etária, assim como nas crianças e
adolescentes de 5 até 14 anos. Já a influenza A tem sido o principal vírus
responsável pelo aumento dos casos de SRAG entre adultos e idosos e jovens a
partir dos 15 anos.
A pesquisadora Tatiana Portella, do Programa de Computação Cientifica da Fiocruz e do InfoGripe, ressalta a importância da vacinação diante do atual cenário epidemiológico. Ela reforça que é fundamental levar as crianças, os idosos e outros grupos prioritários para se vacinarem contra o vírus. “A vacina ainda leva por volta de uns 15 dias para fazer efeitos, então quanto antes esse grupo tomar a vacina, melhor”, observa a especialista.
Em
nível nacional, verifica-se aumento de SRAG nas tendências de longo (últimos
seis meses) e curto prazo (últimos três meses), relacionado ao crescimento dos
casos de SRAG por influenza A e VSR na maioria dos estados do país.
O
estudo mostra que 22 das 27 unidades federativas apresentam incidência de SRAG
em nível de alerta, risco ou alto risco, com sinal de crescimento na tendência
de longo prazo na SE 21: Acre, Amapá, Amazonas, Bahia, Ceará, Espírito Santo,
Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná,
Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Rondônia, Roraima,
Santa Catarina, Sergipe, São Paulo e Tocantins.
Dezenove
das 27 capitais apresentam nível de atividade de SRAG em alerta, risco ou alto
risco com sinal de crescimento na tendência de longo prazo na SE 21: Aracaju
(Sergipe), Belo Horizonte (Minas Gerais), Boa Vista (Roraima), Cuiabá (Mato
Grosso), Curitiba (Paraná), Florianópolis (Santa Catarina), Goiânia (Goiás),
Joao Pessoa (Paraíba), Macapá (Amapá), Manaus (Amazonas), Porto Alegre (Rio
Grande do Sul), Porto Velho (Rondônia), Recife (Pernambuco), Rio Branco (Acre),
Rio de Janeiro (Rio de Janeiro), Salvador (Bahia), São Luís (Maranhão), São
Paulo (São Paulo) e Vitoria (Espírito Santo).
Ano
epidemiológico
Em
2025, já foram notificados 75.257 casos de SRAG, sendo 36.622 (48,7%) com
resultado laboratorial positivo para algum vírus respiratório, 27.275 (36,2%)
negativos e ao menos 6.363 (8,5%) aguardando resultado laboratorial.
Dados
de positividade para semanas recentes estão sujeitos a grandes alterações em
atualizações seguintes por conta do fluxo de notificação de casos e inserção do
resultado laboratorial associado.
Entre
os casos positivos do ano corrente, observou-se 20,7% de influenza A; 1,2% de
influenza B; 44,9% de VSR, 23,4% de rinovírus, e 12,2% de Sars-CoV-2
(Covid-19).
Fonte _ FioCruz
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