Ministério
da Saúde vai ampliar a oferta de vacinação contra hepatite A. A partir de agora, as doses serão indicadas
também para usuários da Profilaxia Pré-Exposição - PrEP, que é a
profilaxia medicamentosa utilizada para prevenção de HIV. A iniciativa visa conter surtos na população
adulta e atende a uma mudança no perfil epidemiológico da doença. A ampla vacinação de crianças
no país levou a uma redução de mais de 95% dos casos nesse público.
NotaTécnica Conjunta 184/2025 - DPNI/DATHI/SVSA/MS
“A
partir do momento que garantimos no SUS, em 2014, a ampla vacinação do público
infantil, que era o público com maior risco de ter Hepatite A, a doença passou
a ter uma concentração no público adulto. Os surtos descritos no país, com
características semelhantes, apontam para a importância de expandir a vacinação
para o público que utiliza a PrEP”, explica o ministro da Saúde, Alexandre
Padilha. “Isso também tem um impacto na gravidade da doença, pois os casos
graves acontecem, em geral, em adultos. Com esta ampliação, vamos conseguir
reduzir os riscos de internação, casos graves e óbitos por Hepatite A no SUS,
protegendo a população”, acrescenta.
A
meta é vacinar 80% de todas as pessoas que utilizam a PrEP, que somam
atualmente mais de 120,7 mil usuários no Sistema Único de
Saúde - SUS. A imunização será realizada com duas doses, com intervalo
de seis meses, garantindo proteção duradoura. Para receber as doses, é
necessário apresentar a receita da PrEP. O local para a vacinação será
informado pelos serviços de referência onde cada um é atendido para receber os
medicamentos.
A
hepatite A é uma inflamação no fígado causada por uma infecção viral, que pode
resultar em complicações. A doença tende a ter mais gravidade em adultos do que
em crianças. Embora a principal transmissão do vírus seja fecal-oral, a
Organização Mundial da Saúde (OMS) relatou, em 2016, um aumento no número de
casos, mesmo em países com baixa endemicidade da doença, relacionado a práticas
sexuais. A OMS indica a vacina como estratégia de prevenção.
No
Brasil, o aumento de casos de hepatite A por potencial transmissão por sexo foi
identificado, pela primeira vez, em 2017 no município de São Paulo. Na
época, foram 786 diagnósticos com 2 óbitos confirmados. Outros surtos foram
registrados posteriormente, com predominância na população de homens que fazem
sexo com homens. Atualmente, cerca de 80% dos usuários da PrEP têm esse perfil.
Os surtos foram controlados com ajuda de ações específicas de vacinação.
Com
a vacinação, casos de Hepatite A em crianças caiu mais de 95%
Com
a inclusão da vacina contra hepatite A no SUS em 2014, o número de casos da
doença teve uma queda contínua no país todo, passando 6.261 casos em 2013 para
437, em 2021 – ou seja, 93% a menos considerando todas as faixas etárias.
Com
a aplicação de doses em meninos e meninas a partir de 12 meses de idade e
menores de 5 anos, a incidência da doença caiu bastante entre as crianças. No
comparativo de 2013 a 2023, os registros diminuíram 97,3%, entre menores de 5
anos, e 99,1%, na faixa etária de 5 a 9 anos.
Os
registros voltaram a subir em 2023 por conta dos casos em adultos – dos 2.080
casos registrados naquele ano, 1.877 foram de pessoas acima de 20 anos. Entre
os adultos, os homens foram os principais afetados, representando 69,5% dos
infectados.
Fonte _ Saúde.gov
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