Técnica cuida de problemas de saúde física, mental ou emocional mediante a estimulação da superfície da orelha |
A
pandemia de Covid-19 atingiu em cheio a categoria da Enfermagem que, por estar
à frente dos cuidados de saúde, é a mais exposta à contaminação pelo novo
coronavírus e às consequências dos impactos da mesma sobre todo o serviço e o
atendimento.
O
último boletim do Ministério da Saúde apontou mais de 195 mil casos de Síndrome
Gripal confirmados para a Covid-19 em profissionais da área da saúde de todo o
país. As profissões com maior registro foram os técnicos ou auxiliares de
enfermagem (67.410 casos; 34,5%), seguidos dos enfermeiros (28.837 casos,
14,7%) e médicos (21.636, 11%), agentes de saúde (9.165, 4,7%) e recepcionistas
de unidades de saúde (8.425, 4,3 %).
Em
Mato Grosso, segundo dados compilados no Observatório da Enfermagem pelo
Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) até esta segunda-feira (27), havia 721
casos reportados da doença e 21 óbitos entre profissionais da Enfermagem.
As
más condições de trabalho (problemas de infraestrutura nas unidades,
sobrecarga, baixos salários etc.) são apontados pela categoria como fatores de
adoecimento. Além do impacto sobre a saúde física, o stress pode piorar ou
precipitar quadros de transtorno emocional, como a ansiedade e a depressão.
Na
pequena cidade de Poconé (com 32,8 mil habitantes, a 104 km da capital,
Cuiabá), a iniciativa de uma profissional da Enfermagem tem promovido alívio
para estes transtornos entre profissionais que estão na linha de frente no
combate à Covid-19.
A
técnica utilizada pela enfermeira Aline da Silva Caldeira é a auriculoterapia,
que cuida de problemas de saúde física, mental ou emocional mediante a
estimulação da superfície da orelha.
Trata-se
de uma das Práticas Integrativas e Complementares (PICs), tratamentos com
recursos terapêuticos baseados em conhecimentos tradicionais e populares.
O
trabalho com a auriculoterapia já realizado por ela na unidade de saúde onde
trabalhava chamou a atenção da Secretaria Municipal de Saúde, que decidiu
adotar a técnica para atender os profissionais de saúde da atenção primária e
da secundária.
A
iniciativa reúne também a vigilância epidemiológica e as coordenadorias de
atenção básica e atenção secundária do município. Semanalmente, são atendidas
46 pessoas.
“Agendamos
um dia da semana e reunimos estes profissionais para fazer as sessões de
auriculoterapia, onde temos o acolhimento, a conversa, preenchemos um relatório
com os dados do paciente, levantando comorbidades, temos escalas para
quantificar níveis de dor, ansiedade, depressão”, disse Aline.
Os
resultados são muito positivos. “A gente consegue reduzir bastante os níveis de
stress, ansiedade e todas as consequências que eles causam aos profissionais.
Conseguimos alcançar o bem estar físico e psíquico, temos relatos de melhora e
está sendo um projeto bem bacana”, comemorou.
Segundo
o Ministério da Saúde, o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece, de forma
integral e gratuita, 29 procedimentos de Práticas Integrativas e Complementares
(PICS).
“Me
sinto satisfeita em poder auxiliar os colegas profissionais, contente em poder
ofertar algo que aparentemente é simples e faz diferença, em integrar uma
equipe que se preocupa com a saúde psicológica dos seus colaboradores, em
utilizar ferramentas alternativas e fazer o bem ao próximo nesse cenário
conturbado que está causando pânico e sobrecarga em grande parte dos
profissionais”, finalizou a enfermeira Aline.
Fonte_COFEN
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