Em
vias de erradicação, o sarampo está de volta aos Estados Unidos e Europa. Já
são 378 casos confirmados nos Estados Unidos, maior contagem dos últimos cinco
anos. O retorno do sarampo está relacionado à queda nos índices de imunização,
associado ao negacionismo científico e hesitação vacinal.
Diante
do crescimento dos casos de sarampo no mundo, é urgente a aplicação do esquema
vacinal completo. O Brasil recuperou, em 2024, certificado de eliminação do sarampo e rubéola. A vacinação
integra o PNI, com amplo alcance da primeira dose. Dois em cada dez
brasileiros, porém, não tomaram a segunda dose da vacina.
“Os
profissionais de Enfermagem deve ter especial atenção ao esquema vacinal. Para
crianças, a primeira dose desta vacina é aplicada aos 12 meses; e aos 15 meses
(quando é utilizada a vacina combinada à vacina varicela)”, explica Ivone
Amazonas, coordenadora da Câmara Técnica de Enfermagem em Saúde do Neonato e da
Criança do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen).
O
sarampo é uma doença potencialmente grave e altamente contagiosa, causada por
um vírus da família paramyxorividae. Antes da introdução da vacina, em
1963, epidemias de sarampo chegaram a causar até 2,6 milhões de mortes ao ano.
A doença continua a ser uma das principais causas de morte entre crianças
pequenas no mundo, apesar de haver uma vacina segura e eficaz. Aproximadamente
110 mil pessoas morreram por sarampo em 2017 – a maioria crianças com menos de
cinco anos. De 2000 a 2017, a vacinação contra o sarampo evitou
aproximadamente 21,1 milhões de mortes, segundo dados da OPAS/OMS.
Vigilância
precisa ser permanente
A
certificação já havia conquistada em 2016, graças às vacinas do Programa
Nacional de Imunizações (PNI), mas a doença ressurgiu em 2019, diante da queda
da cobertura incentivada pelo movimento antivacinação. O sarampo matou 40
crianças entre 2018 e 2022.
O marco da desconfiança internacional sobre vacinas, que ainda reverbera nos dias atuais, aconteceu em 1998, quando o médico Andrew Wakefield apresentou uma pesquisa preliminar, posteriormente despublicada pela revista Lancet, associando a tríplice viral, que protege contra sarampo, rubéola e caxumba, ao autismo. Ao analisar o estudo, em 2004, foi constatada fraude nos dados e o conflito de interesses do próprio médico. Difundir fake news é infração ética. Enfermeiros, técnicos e auxiliares de Enfermagem podem responder processos éticos em caso de difusão de fake news.
Fonte _ COFEN
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