O
Programa Nacional de Imunização no Acre (PNI) está colocando em prática as
ações que têm o objetivo de vacinar 31,2 mil jovens ainda sem a proteção contra
o HPV. O Ministério da Saúde (MS) lançou estratégia, no final de fevereiro,
para avançar na proteção desse público.
O
foco, de acordo com o MS, será em 121 municípios brasileiros com as maiores
taxas de não vacinação, que somam um total de 2,95 milhões de adolescentes em
todo o Brasil. A meta é imunizar ao menos 90% desse público-alvo.
Em
Rio Branco, uma das cidades selecionadas, a intenção é alcançar 31,2 mil
jovens, o que equivale a 40% do público não vacinado, estimado em 78.689.
A
implementação deve ser gradativa, com alcance total de todos os municípios ao
final da estratégia. Estão previstas ações de microplanejamento que envolvem a
mobilização de estados e municípios para vacinar adolescentes em pontos
estratégicos como escolas, faculdades e salas de vacinação.
Os
municípios deverão elaborar seus próprios planos de ação, com base nos dados
locais, para garantir que a vacina chegue até os adolescentes que perderam a
oportunidade de serem imunizados anteriormente.
Conscientização
A
coordenadora estadual de Imunizações, Renata Quiles, destacou que a resistência
muitas vezes está ligada ao fato de os pais não quererem falar sobre o assunto.
“A vacina contra o HPV tem como objetivo prevenir a infecção por um vírus perigoso, que é o papilomavírus, microorganismo que está intimamente relacionado aos casos de câncer de colo de útero, pênis, vagina, vulva e orofaringe. Justamente por falarmos tanto sobre as questões íntimas, relacionadas a órgãos genitais, existe uma resistência em aderir a essa vacina”, explica.
O
público-alvo dessa imunização não foi escolhido à toa. A dose deve ser dada na
infância e adolescência para que, quando o jovem iniciar a vida sexual, já
tenha se prevenido, dando chances de o organismo produzir os anticorpos
necessários para sua proteção.
“A
vacina HPV, justamente por questões religiosas, tradições e desinformações
divulgadas sobre ela, é uma vacina muito estudada, avaliada e monitorada, tendo
sua qualidade e segurança reforçadas todos os anos. É segura, necessária e
todos nós devemos ter a oportunidade de ter acesso a ela. Para os adolescentes,
o SUS garante de forma gratuita, e para os adultos pode se encontrar nas
clínicas privadas de vacinação e, em alguns casos especiais, no Crie [Centro de
Referências para Imunobiológicos Especiais]”, reforça a coordenadora.
Eder
Gatti, diretor do Departamento do Programa Nacional de Imunizações (DPNI),
ressalta a importância dessas ações direcionadas e da utilização de dados
locais para alcançar os adolescentes não vacinados. “Temos vacinas suficientes
e um planejamento sólido para garantir a vacinação dos nossos adolescentes,
incluindo aqueles que não foram vacinados na idade recomendada e que agora
estão fora dessa faixa”, observa.
Painel
para o HPV
Como
parte dessa estratégia, foi apresentada uma ferramenta tecnológica inovadora
para apoiar os gestores municipais. Trata-se de um painel específico para o
HPV, disponível no sistema do Ministério da Saúde, que permitirá aos gestores
visualizar as coberturas vacinais por faixa etária desde 2014. A ferramenta
ajuda a identificar as áreas mais críticas e a comparar a evolução dos
indicadores de vacinação ao longo dos anos. “Esse painel será essencial para o
planejamento local, ajudando a direcionar esforços para as populações mais
vulneráveis”, explica o diretor.
Os
cinco estados com os maiores índices de adolescentes não vacinados contra o HPV
são o Rio de Janeiro (54%), Acre (40%), Distrito Federal (38%), Roraima (36%) e
Amapá (32%).
Fonte _ Agencia.gov.ac
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