A amamentação
é o único fator que, isoladamente, pode reduzir em até 13% a mortalidade
infantil por causas evitáveis. Para fortalecer ações em todo o país, nesta
quinta-feira (1º), o Ministério da Saúde lança a Campanha da Semana Mundial da
Amamentação 2024. Com o tema "Amamentação, apoie em todas as situações",
a iniciativa de conscientização está alinhada aos Objetivos de Desenvolvimento
Sustentável voltados à garantia da sobrevivência e ao bem-estar das crianças. O
foco é a redução das desigualdades relacionadas ao apoio à amamentação. A pasta
anuncia, ainda, o desenvolvimento do Programa Nacional de Promoção, Proteção e
Apoio à Amamentação.
"Quero
deixar aqui o nosso compromisso como Ministério da Saúde de fazer realmente uma
campanha mais uma vez vitoriosa no nosso país, rumo à meta dos 70% do
aleitamento com leite materno até os seis meses. O Brasil é referência naquilo
que a saúde publica mais sabe fazer: unir conhecimento científico, gestão e
mobilização social", destacou no evento a ministra Nísia Trindade.
O
governo federal reconhece as diferentes condições a que milhares de famílias
estão expostas no dia a dia e que impactam na amamentação. Por isso, a campanha deste ano tem
como objetivo garantir o direito à amamentação, com atenção especial às
lactantes em situação de vulnerabilidade, além de apoiar a amamentação em
estado de emergência, calamidade pública e desastres naturais. O Ministério da
Saúde coordena nacionalmente essa iniciativa global, a principal ação de
mobilização social em prol da amamentação.
No
último mês, como parte do trabalho realizado pelo governo federal no Rio Grande
do Sul, após a emergência das enchentes provocadas pelas fortes chuvas, o
Ministério da Saúde enviou 63 litros de leite humano ao estado. Segundo a Rede
Brasileira de Bancos de Leite Humano, um pote de 300mL pode alimentar até 10
prematuros ou bebês de baixo peso. Nesse sentido, a doação foi fundamental para
ajudar na alimentação e recuperação dos bebês internados nas Unidades Neonatais
gaúchas. A medida reforça o objetivo da campanha, em sensibilizar a sociedade
sobre a necessidade de apoio à amamentação, especialmente em momentos de maior
vulnerabilidade.
Taiame
Adorno Rocha, 37 anos, é mãe de um bebê de dois meses. Casada há dez anos, ele
conta que precisava dar de mamar e não compreendia o procedimento para
posicionar o bebê de forma que ele fizesse o processo de sucção. "Aí me
veio um desespero e pensei: agora não vou conseguir dar de mamar a ele. Mas aí
chegou uma pessoa incrível, que é a Rosângela, enfermeira do Banco de Leite do
Hran [Hospital Regional da Asa Norte, em Brasília], e simplesmente me salvou.
Ela me ensinou várias vezes, de madrugada, de tarde, como fazer. Com toda
aquela aflição, do meu jeito, consegui amamentar", narra a mãe.
Segundo
a Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Fundo das Nações Unidas para a
Infância (Unicef), em torno de seis milhões de vidas de crianças são salvas a
cada ano por causa do aumento das taxas de amamentação exclusiva até o sexto
mês de vida. Em parceria com a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), a
realização da Semana Mundial da Amamentação defende que a população seja
informada sobre as desigualdades no apoio e prevalência da amamentação.
Saiba mais sobre a campanha "Amamentação, apoie em todas
as situações"
Novo
programa vai fortalecer e integrar ações em todo o país
O
Ministério da Saúde está trabalhando para lançar o novo Programa Nacional de
Promoção, Proteção e Apoio à Amamentação, como parte de um dos eixos
estratégicos da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Criança
(PNAISC) no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). Assim, a pasta
reforça os princípios da amamentação como direito humano, do acesso universal à
saúde, da equidade em saúde, da integralidade do cuidado e da humanização da
atenção em saúde em todo o país.
O
objetivo do programa, que está em fase final de pactuação com o Conselho
Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e Conselho Nacional de Secretarias
Municipais de Saúde (Conasems), é fortalecer e integrar ações voltadas à
temática em todo o país, incentivar que a amamentação tenha início já na
primeira hora de vida do bebê e seja continuada até os dois anos ou mais, sendo
de forma exclusiva até os seis meses. Além disso, vai estimular ações
integradas, transversais e intersetoriais de amamentação nos estados e
municípios.
Para
garantir o acesso em saúde, o Ministério da Saúde está investindo, ainda, R$
4,8 bilhões na construção de 36 novas maternidades e 30 novos Centros de Parto
Normal. Todas as unidades terão salas de amamentação. As obras acontecem com
recursos do Novo
PAC Saúde e vão beneficiar cerca de 30 milhões de mulheres.
Meta
é chegar a 70% de aleitamento exclusivo até 2030
O
Brasil vem evoluindo nas taxas de amamentação ao longo das décadas, mas ainda
está abaixo do recomendado. A prevalência de aleitamento materno exclusivo
entre crianças menores de 6 meses no país foi de 45,8%, segundo o Estudo
Nacional de Alimentação e Nutrição Infantil (ENANI) publicado em 2021.
Representa um avanço relevante em cerca de três décadas – pois o percentual era
de 3% em 1986.
Na
década de 70, as crianças brasileiras eram amamentadas, em média, por dois
meses e meio. Agora, a duração média é de 16 meses, o equivalente a 1 ano e
quatro meses de vida.
A
meta estabelecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) é que, até 2025, pelo
menos 50% das crianças de até seis meses de vida sejam amamentadas
exclusivamente. E a expectativa é que esse índice, até 2030, chegue a 70%.
O
Ministério da Saúde reitera que a amamentação é a forma de proteção mais
econômica e eficaz para redução da morbimortalidade infantil, com grande
impacto na saúde da criança, diminuindo a ocorrência de diarreias, afecções
perinatais e infecções, principais causas de morte de recém-nascidos. Ao mesmo
tempo, traz inúmeros benefícios para a saúde da mulher, como a redução das
chances de desenvolver câncer de mama e de ovário.
Confira a apresentação de slides da campanha "Amamentação,
apoie em todas as situações"
Fonte_Saúde
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