Com
a alta de 88% nos casos prováveis de dengue no Acre em 2025, o Ministério da
Saúde reforça que o combate ao Aedes aegypti deve continuar. Nesta
segunda-feira (3), a pasta lançou a campanha nacional “Não dê chance para a
dengue, zika e chikungunya”, voltada à prevenção das arboviroses e à
mobilização da população, e anunciou R$ 183,5 milhões para ampliar o uso de
novas tecnologias de controle vetorial em todo o país.
“Mesmo
com essa melhora, não podemos baixar a guarda. A dengue continua sendo a
principal endemia do país, e o impacto das mudanças climáticas amplia o risco
de transmissão em regiões onde antes o mosquito não existia”, afirmou o
ministro da Saúde, Alexandre Padilha.
O
Acre registra atualmente 8,5 mil casos prováveis de dengue, um aumento de mais de
88% em relação ao mesmo período de 2024, quando foram contabilizados 4,5 mil
casos. Em relação aos óbitos, o estado confirmou quatro mortes neste ano, um
aumento em comparação a 2024, quando não houve registros.
No
Brasil, foram contabilizados 1,6 milhão de casos prováveis de dengue, uma queda
de 75% em relação ao mesmo período do ano passado. Os óbitos, que somam 1,6 mil
em 2025, também apresentaram redução de 72% em comparação com 2024.
Ainda
de acordo com o ministro, o trabalho de prevenção precisa começar agora, antes
do período de maior transmissão. Por isso, o Ministério da Saúde está
mobilizando gestores e a população para o Dia D da Dengue, que será realizado
neste sábado (8), e divulgando o novo mapeamento entomológico, que identifica
áreas de alerta e risco em mais de 3 mil municípios.
Com
os R$ 183,5 milhões previstos, o Ministério da Saúde ampliará o uso de
tecnologias de controle vetorial para redução da capacidade de transmissão,
como o método Wolbachia, atualmente presente em 12 municípios, com expansão
planejada para mais 70 cidades, incluindo 13 delas ainda em 2025.
Niterói
(RJ) foi a primeira cidade brasileira a ter 100% do território coberto pelo
método Wolbachia,
apresentando resultados concretos: redução de 89% nos casos de dengue e 60% da
chikungunya. Além disso, serão ampliadas medidas como o uso das Estações
Disseminadoras de Larvicidas (EDL), a técnica do inseto estéril e a borrifação
residual intradomiciliar, com aplicação de inseticida de longa duração dentro
das residências.
Campanha
nacional e ações de prevenção
Com
o lema “Contra o mosquito, todos do mesmo lado”, a campanha mobiliza a
população e os profissionais de saúde para eliminar criadouros e reforçar a
responsabilidade coletiva. O Dia D de prevenção, marcado para 8 de novembro,
contará com ações de conscientização em todo o país.
Neste
ano, o Ministério da Saúde avançou no controle das arboviroses com o apoio
da Força
Nacional do SUS (FN-SUS), com capacidade para apoiar a instalação de
até 150 centros de hidratação em cidades com alta incidência de casos. Foram
distribuídos 2,3 milhões de sais de reidratação oral, 1,3 milhão de testes
laboratoriais para diagnóstico e 1,2 mil nebulizadores portáteis para bloqueio
da transmissão, além do fornecimento contínuo de larvicidas e adulticidas. Além
disso, 77,9 mil Estações Disseminadoras de Larvicidas foram instaladas em 26
municípios.
Também
foi inaugurada, em Curitiba (PR), a maior biofábrica de Wolbachia do mundo, com capacidade
de produção de 100 milhões de ovos por semana. A tecnologia consiste na
produção de mosquitos infectados com a bactéria Wolbachia, que bloqueia o
desenvolvimento dos vírus dentro do Aedes aegypti, impedindo sua transmissão.
Vacinação
Em
outubro, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, visitou a China para
fortalecer a parceria com a empresa WuXi Biologics, que permitirá a
produção em larga escala da vacina contra a dengue desenvolvida pelo Instituto
Butantan, com capacidade para 40 milhões ou mais de doses a partir de 2026. A
expectativa é que a Anvisa conceda o registro da vacina, 100% brasileira, até o
fim do ano, consolidando o maior programa público de imunização contra a dengue
do país.
Iniciada
em 2024, a
vacinação contra a dengue prioriza crianças e adolescentes de 10 a
14 anos em 2.752 municípios com maior risco para a doença. O Brasil foi o
primeiro país a oferecer o imunizante no sistema público de saúde. Até outubro
de 2025, mais de 10,3 milhões de doses foram enviadas aos estados, e outras 9
milhões estão previstas para 2026.
Fonte _ Saúde.gov

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