Mesmo
com a redução de 75% nos casos de dengue em 2025, em comparação com 2024, o
Ministério da Saúde reforça que o combate ao Aedes aegypti deve continuar em todo o país.
Nesta segunda-feira (3), a pasta lançou a campanha nacional “Não dê chance para
dengue, zika e chikungunya”, voltada à prevenção das arboviroses, e apresentou o cenário epidemiológico
atual. Além disso, foram anunciados mais R$ 183,5 milhões para ampliar o uso de
novas tecnologias de controle vetorial no país.
“Mesmo
com essa melhora, não podemos baixar a guarda. A dengue continua sendo a
principal endemia do país, e o impacto das mudanças climáticas amplia o risco
de transmissão em regiões onde antes o mosquito não existia”, afirmou o
ministro da Saúde, Alexandre Padilha.
O
Brasil registra atualmente 1,6 milhão de casos prováveis de dengue, uma redução
de 75% em comparação com o mesmo período de 2024. A maior concentração de casos
é observada em São Paulo, que concentra 55% dos casos, seguido de Minas Gerais
(9,8%), Paraná (6,6%), Goiás (5,9%) e Rio Grande do Sul (5,2%).
Em
relação aos óbitos, que neste ano somam 1,6 mil, também houve redução de 72% em
comparação ao mesmo período de 2024. São Paulo concentra a maior parte das
mortes (64,5%), seguido por Paraná (8,3%), Goiás (5,5%), Rio Grande do Sul (3%)
e Minas Gerais (8%).
De
acordo com o 3º Levantamento de Índice Rápido do Aedes aegypti (LIRAa),
realizado em 3.223 municípios entre agosto e outubro deste ano, 30% dos
municípios estão em situação de alerta para dengue, chikungunya e Zika. Os
estados que preveem maior incidência estão nas regiões Centro-Oeste, Nordeste e
Norte, especialmente em Mato Grosso do Sul, Ceará e Tocantins.
Ainda
de acordo com o ministro, o trabalho de prevenção precisa começar agora, antes
do período de maior transmissão. Por isso, o Ministério da Saúde está
mobilizando gestores e a população para o Dia D da Dengue, que será realizado
neste sábado (8), e divulgando o novo mapeamento entomológico, que identifica
áreas de alerta e risco em mais de 3 mil municípios.
Com
os R$ 183,5 milhões previstos, o Ministério da Saúde ampliará o uso de
tecnologias de controle vetorial para redução da capacidade de transmissão,
como o método Wolbachia, atualmente presente em 12 municípios, com expansão
planejada para mais 70 cidades, incluindo 13 delas ainda em 2025.
Niterói (RJ) foi a primeira cidade brasileira a ter 100% do
território coberto pelo método Wolbachia, apresentando resultados
concretos: redução de 89% nos casos de dengue e 60% da chikungunya. Além disso,
serão ampliadas medidas como o uso das Estações Disseminadoras de Larvicidas
(EDL), a técnica do inseto estéril e a borrifação residual intradomiciliar, com
aplicação de inseticida de longa duração dentro das residências.
Campanha
nacional e ações de prevenção
Com
o lema “Contra o mosquito, todos do mesmo lado”, a campanha mobiliza a
população e os profissionais de saúde para eliminar criadouros e reforçar a
responsabilidade coletiva. O Dia D de prevenção, marcado para 8 de novembro,
contará com ações de conscientização em todo o país.
Neste
ano, o Ministério da Saúde avançou no controle das arboviroses com o apoio
da Força Nacional do SUS (FN-SUS), com capacidade para
apoiar a instalação de até 150 centros de hidratação em cidades com alta
incidência de casos. Foram distribuídos 2,3 milhões de sais de reidratação
oral, 1,3 milhão de testes laboratoriais para diagnóstico e 1,2 mil
nebulizadores portáteis para bloqueio da transmissão, além do fornecimento
contínuo de larvicidas e adulticidas. Além disso, 77,9 mil Estações
Disseminadoras de Larvicidas foram instaladas em 26 municípios.
Também foi inaugurada, em Curitiba (PR), a maior biofábrica de
Wolbachia do mundo, com capacidade de produção de 100 milhões de ovos
por semana. A tecnologia consiste na produção de mosquitos infectados com a
bactéria Wolbachia, que bloqueia o desenvolvimento dos vírus dentro do Aedes
aegypti, impedindo sua transmissão.
Vacinação
Em outubro, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, visitou a
China para fortalecer a parceria com a empresa WuXi Biologics, que permitirá a
produção em larga escala da vacina contra a dengue desenvolvida pelo Instituto
Butantan, com capacidade para 40 milhões ou mais de doses a partir de 2026. A
expectativa é que a Anvisa conceda o registro da vacina, 100% brasileira, até o
fim do ano, consolidando o maior programa público de imunização contra a dengue
do país.
Iniciada
em 2024, a vacinação contra a dengue prioriza
crianças e adolescentes de 10 a 14 anos em 2.752 municípios com maior risco
para a doença. O Brasil foi o primeiro país a oferecer o imunizante no sistema
público de saúde. Até outubro de 2025, mais de 10,3 milhões de doses foram
enviadas aos estados, e outras 9 milhões estão previstas para 2026.
Prevenção
O
controle das arboviroses é uma ação que envolve governo e sociedade civil, que
juntos mantém medidas preventivas para evitar epidemias. Além das atividades
dos agentes de saúde, que visitam os domicílios para
orientar e conscientizar a população, é fundamental que os cidadãos adotem
medidas como:
- Uso de telas
em janelas e repelentes em áreas de transmissão reconhecida;
- Remoção de
recipientes que possam se tornar criadouros;
- Vedação de
reservatórios e caixas d’água;
- Limpeza de
calhas, lajes e ralos;
- Adesão e
apoio às ações de prevenção e controle realizadas pels profissionais do
Sistema Único de Saúde (SUS).
Acesse a Apresentação sobre Arboviroses
Fonte _ Saúde.gov

Nenhum comentário:
Postar um comentário