O
ministro da Saúde, Alexandre Padilha, afirmou, nesta segunda-feira (3), em
Brasília, durante o lançamento da nova campanha nacional de prevenção à
dengue, zika e chikungunya, que a Anvisa, Agência Nacional de Vigilância
Sanitária, deve aprovar até dezembro o uso da vacina 100% brasileira,
desenvolvida pelo Instituto Butantan.
“A
nossa programação é para ter a vacina em campo, sendo utilizada no Programa
Nacional de Imunização no ano que vem, já, 2026. E eu acho que nós temos
condições de dar segurança em relação a isso. A Anvisa está nos seus detalhes
finais de diálogo, checagem com o Instituto Butantan, com os dados
apresentados. Sobretudo, eficácia, grupos populacionais, tudo para análise
final do registro”.
Padilha
explicou que o Comitê Técnico do Programa Nacional de Imunização vai definir,
após o registro da vacina, qual a faixa etária e estratégia de
distribuição. A vacina é destinada a pessoas com idade entre 2 e 59anos.
O
ministro informou ainda que 40 milhões de doses da vacina serão entregues no
próximo ano.
A fabricação em larga escala será feita pela farmacêutica chinesa WuXi
Biologics.
Bons
resultados de 2025
Durante
o anúncio sobre as estratégias de combate à dengue para 2026, Padilha comemorou
os bons resultados alcançados em 2025, com a redução do número de casos e de
óbitos.
“Nós
tivemos uma vitória muito importante esse ano, ganhamos a batalha esse ano,
tivemos uma redução importante de 75% do número de casos, próximo disso o
número de óbitos comparado com o ano passado.”
De
acordo com o ministro, um levantamento feito pela pasta com 3,2 mil
municípios mostrou que 30% destas cidades estão em situação de alerta para a
proliferação e transmissão de doenças pelo Aedes aegypti no ano que vem.
Os
estados de São Paulo, Minas Gerais e Paraná, juntos, concentram quase 80% dos
óbitos: 64% em São Paulo, 7% em Minas Gerais, 8% no Paraná. Segundo Padilha, a
Força Nacional do SUS foi acionada para auxiliar municípios na organização dos
serviços de atendimento.
“A
gente não pode nunca baixar a guarda em relação a dengue. Nós estamos
classificando situação de risco, identificando onde está o mosquito, e é
exatamente para que cada secretário municipal, cada comunidade, sociedade em
cada município, cada prefeito pegue esse mapeamento e comece a agir já.”
O
Ministério informou que serão destinados, no total, quase R$ 184
milhões para o financiamento de tecnologias de combate ao Aedes aegypti em 2026.
Desafio
para as Américas
Para
o coordenador de emergências, evidência e inteligência em saúde do escritório
da OPAS no Brasil, Alex Roosevelt, o Ministério da Saúde está conduzindo de
forma eficaz as iniciativas para criação de uma vacina contra a dengue, além do
uso de novas tecnologias para o controle vetorial, como a Wolbachia, um
mosquito modificado geneticamente que ajuda no combate à dengue.
O
especialista enfatizou a importância de ações estratégicas na prevenção da
dengue e reconheceu que a doença afeta não só indivíduos, mas
também tem impactos na economia.
“A
dengue é um desafio de saúde pública significativo nas Américas. Só em 2024, as
Américas registraram mais de 13 milhões de casos de dengue e mais de 8 mil
óbitos. A doença não afeta apenas indivíduos, mas também sobrecarrega nossos
sistemas de saúde. E tem um impacto na economia.”
Roosevelt
reconheceu também que a dengue tem se propagado mais rapidamente devido a
fatores ambientais e sociais, como o aumento das temperaturas, os eventos
climáticos extremos, o rápido crescimento populacional, entre outros fenômenos.
O coordenador da OPAS reforçou a necessidade de adoção de medidas preventivas
planejadas nos espaços públicos e privados.
Fonte _ AgenciaBrasil

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