O
presidente do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco, promulgou nesta quinta-feira
(22) a Emenda Constitucional (EC) 127 que viabiliza o pagamento do Piso Salarial da Enfermagem. O texto, que tramitou no Senado na forma da PEC
42/2022, foi aprovado nesta semana pelos senadores e direciona
recursos do superávit financeiro de fundos públicos e do Fundo Social para
financiar o piso salarial nacional da enfermagem no setor público, nas
entidades filantrópicas e de prestadores de serviços, com um mínimo de
atendimento de 60% de pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS).
A
iniciativa, que teve o senador Fabiano Contarato (PT-ES) como relator,
estabelece que a União ajudará estados e municípios a pagar esses profissionais
usando recursos do superávit financeiro dos fundos públicos do Poder Executivo,
verificados ao fim de cada ano entre os exercícios de 2023 a 2027, exceto os
saldos vindos do esforço de arrecadação dos servidores civis e militares da
União, como os relacionados à cobrança da dívida ativa.
Pacheco
afirmou que a iniciativa é um justo reconhecimento aos profissionais que mais
se sacrificaram durante a pandemia de covid-19, quando exerceram suas
atribuições sob as condições mais adversas. Segundo ele, o Congresso se mostrou
sensível a essa realidade e adotou as medidas legislativas cabíveis oferecendo
a segurança jurídica e fiscal necessária para que o Supremo Tribunal Federal
(STF) reverta a decisão de impedir esse pagamento.
—
Com a presente emenda constitucional o Congresso Nacional reforça seu
entendimento pela existência de recursos para pagamento do piso nacional dos
profissionais da enfermagem. E além disso, prevê o dever da União de prestar
assistência financeira aos estados, Distrito Federal, municípios, entidades
complementares ao Sistema Único de Saúde — disse.
A
aprovação da emenda foi uma reação do Congresso à decisão do STF de bloquear o
pagamento do piso. A Corte deu prazo de 60 dias para entes públicos e privados
da área da saúde esclarecerem o impacto financeiro, os riscos para
empregabilidade no setor e a eventual redução na qualidade dos serviços, com a
apresentação de proposta de solução.
Os
senadores Weverton (PDT-MA) e Rogério Carvalho (PT-SE) acreditam que com a
identificação da fonte de recursos o piso salarial será pago, reconhecendo
assim o exercício da enfermagem.
—
Esta Casa tem aqui um papel fundamental de estar sempre achando fontes de
recursos que possam estar criando as condições para valorizar as categorias —
disse Weverton.
Já
o senador Izalci Lucas (PSDB-DF), apesar de comemorar a promulgação, voltou a
alertar sobre o impasse em relação aos profissionais contratados pelas
instituições de saúde da rede privada. Para ele, é preciso que o Congresso
delibere sobre o tema votando projeto de sua autoria que inclui empresas do
setor de saúde entre as beneficiadas do programa de desoneração da folha (PL
1.378/2022)
—
Não podemos deixar nenhum profissional da saúde para trás. Por isso nós temos
que continuar a luta da desoneração da folha. Para que todos os profissionais
da saúde possam, de fato, receber seu piso salarial. Hoje nós temos 17 setores
da economia desonerados, não faz sentido a saúde ficar fora disso — disse.
Fonte_Senado
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