O
Ministério da Saúde e o Instituto
Butantan, vinculado ao Governo de São Paulo, ainda não firmaram os
contratos para fornecimento de vacinas do PNI (Programa Nacional de
Imunizações) em 2023.
Em
evento com com a participação da imprensa na última terça-feira (29), Dimas
Covas, ex-diretor do instituto, afirmou que ainda não há um acordo
estabelecido para a produção e entrega de doses para a Campanha Nacional de
Vacinação contra a Gripe do ano que vem.
"Estamos
produzindo doses da vacina contra influenza sem contrato", disse. A
decisão de não aguardar é motivada pela grande quantidade de frascos
necessários para a campanha. Para o Butantan, poderia não haver tempo hábil
para fabricar as cerca de 80 milhões de doses se a produção fosse adiada.
Outras
vacinas estão com contratos vencidos e não foram negociadas para 2023. É o
caso, de acordo com Dimas, do imunizante contra o HPV (papilomavírus humano),
que ajuda a proteger contra câncer de colo de útero, vulva, vagina e ânus.
A
dTpa, que protege contra difteria, tétano e coqueluche, também não teve o
acordo de fornecimento renovado.
Questionado,
o Ministério da Saúde disse na tarde desta quinta-feira (1º) que o processo
aquisitivo da vacina contra gripe "está em andamento e será finalizado em
tempo hábil para dar início à campanha do próximo ano".
Em
relação aos outros dois imunizantes, a pasta afirmou que os processos estão em
andamento para a contratação e são tratados "com a máxima
prioridade".
"Vale
reforçar que todos os processos e fluxos de planejamento e aquisição de vacinas
seguem os trâmites normais da cadeia de abastecimento anual", disse a
pasta do governo Jair
Bolsonaro (PL).
Questionado
se há outros contratos de vacinas do PNI vencidos e se pretende renová-los até
o fim deste ano ou deixar a assinatura para a nova gestão, o governo não
respondeu.
No
mesmo evento com jornalistas, o diretor de produção de vacinas do Butantan,
Ricardo Oliveira, afirmou que a instituição tem capacidade
de oferecer a vacina bivalente contra o coronavírus já utilizada na
China, mas é necessário que o ministério demonstre disposição em adotar o
produto atualizado.
"É
só chegar [que temos capacidade de envasar]. É claro que depende do governo
federal, do Ministério da Saúde e do PNI ter interesse em incorporar a
vacina", disse.
A
Saúde fez um acordo com o Butantan para
a compra de 100 milhões de doses
de Coronavac em 2021. Neste ano, o governo fez uma compra adicional
de 10 milhões de doses pediátricas, porém não houve renovação do contrato
para a inclusão de vacinas atualizadas.
Na
última semana, capitais
suspenderam a vacinação de crianças de 3 e 4 anos contra Covid-19 por
falta de doses.
Fonte_Folha
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